terça-feira, 28 de maio de 2013

Labyad aprende o que são as arbitragens em Portugal.

Este acontecimento nem teve qualquer influência no resultado, mas o que se passou é tão medíocre que se não constasse deste espaço, sentiríamos a sua falta, tal como um Louvre sem Mona Lisa.
Sporting 2 : 1 Gil Vicente
Estádio de José de Alvalade,  Jornada 4 da 1ª Liga, 24-09-2012

Foi num jogo muito sofrido (como foram todos desta época) em que o Sporting, a perder por 1 golo, conseguiu dar a volta ao resultado por golos do Capel e Wolfswinkel já perto do final do encontro.
Ao minuto 89, numa jogada dividida entre Labyad já amarelado e Cláudio junto da bandeirola de canto, mesmo nas barbas do fiscal de linha, após a bola ter saído de campo, Labyad avança para a bola e nem consegue segurá-la porque é empurrado pelas costas pelo jogador do Gil. Como se isso não bastasse, Labyad é empurrado uma segunda vez contra o fiscal de linha. A jogada pode ser vista neste vídeo ao minuto 5:57.
As regras do futebol são bem claras e, jogador do Sporting que seja empurrado por duas vezes pelas costas, deve ser admoestado com cartolina amarela. Cumpriu-se, portanto, a lei já que o resultado do empurra-empurra foi amarelo para ambos e consecutivo vermelho para Labyad, o primeiro da sua carreira. Na repetição que passou na televisão (não visível no vídeo acima), vê-se claramente o árbitro da partida Vasco Santos a perguntar ao seu auxiliar o que fazer e este diz-lhe “os dois”, referindo-se aos amarelos que deveriam ser mostrados.
Os dois??? Os dois eram os que o Pinto da Costa te cortava e te dava a comer sem terem sido cozinhados se alguma vez te passasse pela cabeça expulsar assim um jogador do Porto. Hummm… nota mental: apresentar esta medida aos dirigentes do Sporting.
Labyad, menino fresquinho do futebol, aprendeu da forma mais exemplar do que estes filhos de vulvas esgaçadas são capazes e fez história ao ser o primeiro jogador a ser expulso por ter sido empurrado pelas costas. É estranho até não ter sido expulso com vermelho directo porque no segundo empurrão vê-se o seu punho direito a ir de encontro ao fiscal de linha, logo é uma agressão nítida. O Sporting foi claramente beneficiado, como já é costume.
A estes medras, que de peito cheio fazem arbitragens muito corajosas em Alvalade mas que curvam a espinhela e humedecem a cueca com pinguinhos de urina noutros estádios, só tenho uma coisa para vocês, e vai em formato sonoro.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O significado de ter um olho fechado.


Esta já tem uns quantos dias, mas é tão deliciosa de tão reles que não vou poder deixar passar em branco.
Esta foi a notícia que o Record vomitou cá para fora sobre o penálti que não foi marcado no jogo entre os leões e o Paços de Ferreira, jogo que o Sporting acabou por perder e que ditou, pela primeira vez na sua história, o afastamento das competições europeiras. Aproveitando uma foto de circunstância sacada de umas imagens da Sporttv, o grande jornalista, atento psicólogo e prodigioso analista de expressões faciais concluiu que ter um olho fechado quer dizer claramente que não foi penálti.
A não ser que o Record tenha contratado o Dr. Cal Lightman, Bruno de Carvalho tanto poderia estar a pensar “não me parece ter sido” como “já estamos a ser roubados” como “ó Jesualdo, ouve lá este bem rasgadinho”.

Parabéns, Record, pelo jornalismo de qualidade a que nos habituaram.

Do ficar a assistir à entrega da taça ao bacalhau no presidente.



Termino a minha licença de paternidade mesmo a tempo de colar mais um cromo nesta caderneta da infâmia, desta vez para comentar as vergonhas que se viram na final da taça entre o Benfica e o Vitória de Guimarães.
Benfica 1 : 2 Vitória de Guimarães
Estádio do Jamor, final da Taça de Portugal, 26-05-2013

Foi o jogo que ditou o final de época calamitoso para o Benfica. Depois de se terem empanturrado com o que iria ser uma época de sonho, os benfiquistas sentiram o sabor amargo do refluxo de quem comeu mais do que podia. Perderam tudo, Liga, Liga Europa e Taça de Portugal de forma curiosamente inglória, pelo mesmo resultado, sempre nos últimos minutos dos encontros.

Poderia falar do episódio em que o Cardozo, no final do jogo com a taça já perdida, foi tirar satisfações junto de Jorge Jesus com um chega para lá e, em directo para milhões de espectadores verem, apontou-lhe o dedo acusador - "A culpa é tua". Um dedo que mostra o desnorte em que a equipa encarnada termina esta época. Sim, foi mau, mas não foi uma propriamente uma vergonha. Foi apenas a emoção do futebol.

Poderia até falar de Paulo Paraty, no meio dos adeptos benfiquistas, ébrio de raiva, de pupilas dilatadas e olhos raiados, a proferir palavras - que arrisco dizer pouco abonatórias - a Jorge Jesus quando este subia a escadaria para receber a medalha de segundo lugar na taça. Pois, poderia falar de Paulo Paraty, mas vou deixar este grandessíssimo... vá, senhor... para uma próxima oportunidade, haverá muito para dizer mas este não é o momento.

Como vêem, a gama de assuntos para pegar é vasta, mas prefiro abordar dois acontecimentos mais interessantes.

A primeira situação a que me refiro é algo que se está a tornar um hábito para os clubes que, sendo grandes, deveriam honrar a sua grandeza. Falo tão só em dignificar o desporto e, de forma honrosa e respeitosa, a equipa perdedora ficar a assistir à entrega da taça ao vencedor e não fugirem para os balneários como meninos com birra de mau perder. É mais simples do que dizer no final do encontro ao jornalista bacoco que lhe enfia o microfone pela boca adentro que a equipa adversária está de parabéns. É mais simples e mais digno. A equipa do Benfica recolheu aos balneários e não assistiu à entrega da taça aos vimaranenses, tal como o Porto o fez quando perdeu a taça para o Sporting em 2008. É indigno, é desonesto, mas vindo de quem vem, parece ser normal.

A outra é de ter constatado que, durante a entrega das medalhas, mais de metade da equipa benfiquista não ter cumprimentado o Presidente da República Portuguesa. Alguns dizem que foi por medo de serem atingidos por perdigotos envoltos em bolo-rei. A mim parece-me que ninguém teve tempo de dizer aos estranjas que deveriam dar um bacalhau no senhor que tinha sorriso de plástico e ar de quem se sentou num pau adelgaçado. Não nutrindo particular simpatia pela figura, não posso deixar de dizer que é vergonhoso para o Benfica a sua equipa não ter cumprimentado o chefe de estado português.

É sempre bom ver o Benfica perder, mas sabe ainda melhor quando não se sabem comportar numa derrota, o que acontece com bastante frequência.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

O very-Light do Jamor.


De todos os episódios vergonhosos passíveis de pertencerem a este compêndio, este é, de longe, o mais negro. Por isso, e por respeito aos familiares e amigos da vítima, vou abster-me de tentar fazer piadas sem piada e limitar-me-ei a descrever o sucedido.
Benfica 3 : 1 Sporting
Estádio do Jamor, final da Taça de Portugal, 18-05-1996

Dia de taça, dia de festa do futebol e o estádio do Jamor à pinha numa tarde de Maio de 1996. Tarde esta que deveria ter ficado para a história como tendo sido mais uma grande final de futebol, ficou antes marcada pela morte de Rui Mendes, adepto sportinguista atingido no peito por um very-light que veio do outro lado do estádio, da bancada da claque Benfiquista.
Este é provavelmente o momento mais triste e vergonhoso do nosso futebol e denegriu não só o desporto como também a justiça. O criminoso, membro dos No Name Boys, que não referenciarei o seu nome, foi condenado a quatro anos de prisão mas fugiu antes de ter cumprido a totalidade da pena. Andou fugido à justiça onze anos e só passado esse tempo foi recapturado e, sem qualquer agravamento à pena pela evasão, cumpriu apenas o que restava. Desde então já foi novamente capturado e julgado por outros actos de violência no desporto.
Por muitos penaltis que se roubem, por muitos golos limpos que se invalidem, por muitas sacanagens que se façam, nada é comparável à vida humana. Vida que foi roubada por um bandalho criminoso. Criminoso que matou em representação da equipa que carregará para sempre esta vergonha, o Benfica.
Só para que não fique esquecido, aqui fica o vídeo.

O dia em que a Luz apagou.


Nem todos os momentos com categoria suficiente para figurarem neste espaço têm o Sporting como implicado. O episódio que hoje vos falo envolve Benfica e Porto, mas com o Benfica como interveniente maior, o autor de uma obra magna da estupidez.
Benfica 1 : 2 Porto
Estádio da Luz, Jornada 25 da 1ª Liga, 03-04-2011

Foi no embate entre Benfica e o Porto no Estádio da Luz na época 2010/2011 em que o Porto se arriscava a ser campeão da liga em plena casa benfiquista. Arriscava e foi. Com um golo de Guarín aos 9 minutos e outro de Hulk aos 26 por grande penalidade, a contrariar a grande penalidade marcada por Saviola aos 17, o Porto com o resultado de 1-2 assegurava o título de campeão a 6 jornadas do fim.
O Benfica, essa equipa cujo objectivo máximo é dignificar o futebol, em vez de dar os parabéns ao campeão e ir preparar a próxima época enquanto lambia as feridas, pensou o impensável – estragar a festa ao Porto, como se fosse alguma vez possível estragar a festa de um campeão na casa do rival. Alguém, do alto da sua sabedoria mor, um electricista, um jardineiro ou um simples recauchutador de pneus, teve a mais brilhante ideia desde que foi inventado o toque rectal.
As luzes do estádio foram apagadas, a rega automática foi ligada e criou-se um momento lindo que para sempre irá ser recordado como o tiro no pé mais certeiro da história. Bem, chamar-lhe tiro no pé é pouco. Foi um tiro no pé com navalhada no joelho ao mesmo tempo que se pisa uma mina pessoal e se engole uma granada enquanto se puxa a cavilha. Sim, foi isso.
Muitos logo inventaram frases como “o Porto extingui a luz”, “o Benfica meteu água”, ou “a Luz deu um estoiro tal que ficaram todos molhadinhos” – bem, esta última, como podem ver pela inspiração, fui eu.
Consequências desportivas ou mesmo legais destas atitudes que puseram em risco a segurança dos adeptos à saída do encontro? Zero, como é normal no nosso pequeno país feito de pequenas e mesquinhas gentes, mas valeu a pena por tudo aquilo que ficou na memória.
Os benfiquistas deram razões para serem gozados para toda uma vida, e ganharam nesse ano, por muitos pontos de avanço, o campeonato da ignomínia.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Bom demais


Pensava que já tinha a minha dose diária de momentos deprimentes, mas soube-se agora que João Capela, pelo brilhante desempenho no último grande derby foi premiado com a nota 3,7 de 0 a 5. Esta nota é considerada um “bom mais”.
Só? Só bom mais? Afinal essa malta que avalia os árbitros está a ficar exigente.
Pelas minhas contas deveria ter sido bastante mais, ora vejam:
  • 1 ponto por ter chegado a horas ao jogo;
  • 1 ponto por ter apitado no início do jogo;
  • 1 ponto por ter apitado no final do jogo;
  • 0,7 pontos por saber o seu próprio nome;
  • 1,3 pontos por ter feito uma arbitragem honesta e isenta.
Se calhar houve alguma coisa que os avaliadores viram o que mais ninguém viu.... esses picuinhas.

Bocas para o ar (1).

Então, ontem o critério esteve mais apertadinho e doeu a sair, não foi?

(Relativamente ao Fenerbahçe 1 : 0 Benfica, primeira mão da meia-final da Liga Europa 2012/2013)